A TRAIÇÃO DOS JOELHOS
Começou a patinar pela mão do José Manuel Ventura quando entrou para a primária, ao abrigo de um acordo que o União tinha com a Escola Primária nº1 do Entroncamento, começou a gostar e opta pela modalidade e começa a sua aprendizagem sob a batuta de João Maria Vaz, em 1997 realiza o seu primeiro encontro nacional de Infantis-B tendo como treinador Pereira da Silva, enquanto Infantil-B disputa todos os encontros nacionais e viria a sagrar-se campeão distrital em todos os escalões até juvenil inclusive, sempre com a camisola do União, e a representar a APR no Inter-regiões em 2005 realizado em Oeiras. Em 2003 num jogo com a AA Coimbra tem a sua primeira lesão grave no joelho, que o afasta dos ringues cerca de 3 meses, no final da época passada volta a ter dores em ambos os joelhos e no inicio desta época já como júnior, os sintomas recomeçam e agravam-se no jogo do Torneio de Abertura em Tomar. A ser seguido pela medicina desportiva após alguns exames é diagnosticado problemas a nível de ambas as rótulas, e aconselhado a parar durante algum tempo, para ver a evolução da lesão. Após essa paragem verifica-se que a mesma se mantêm o que, torna dificil a prática da modalidade ainda por cima na posição que sempre ocupou, guarda-redes. O Cartão Azul foi ter com Nuno Gavancho, para saber como foi praticar a modalidade durante tanto anos, a paixão que tem pela mesma e como encarou o abandono prematuro do hóquei em patins.
CA - Bom dia Nuno, obrigado pela disponibilidade, como encaraste o abandono da modalidade?NG - Bom dia, claro que custa bastante deixar a modalidade que elegemos como preferida, ainda por cima tendo praticado hóquei durante onze anos. Para além de abandonar a modalidade, fiquei com a sensação que abandonei a minha equipa. Nos primeiros tempos foi bastante difícil aceitar esta realidade porque sempre acreditei que seria possível voltar. É evidente que é difícil ver a “minha” equipa jogar e não poder estar dentro do campo para dar o meu contributo para atingir os objectivos. Mas agora já estou mentalizado e consciente que a vida daqui para a frente é sem o hóquei.
CA - Sei que nos primeiros tempos, ainda acalentaste esperanças de voltar a praticar hóquei, mas depois da opinião do ortopedista a dizer que só com recurso á cirurgia poderias eventualmente voltar a jogar, como recebeste a noticia?
NG - Como já disse na pergunta anterior, eu sempre acreditei que seria possível voltar e estava confiante que após terminar as sessões de fisioterapia poderia voltar à baliza. Mas o pior ainda estava para vir, no dia da consulta com o fisiatra, ele após ver o resultado do TAC alertou-me logo que isto “só ia ao sítio” recorrendo a uma cirurgia que não era 100% fiável e obrigava a uma recuperação de um ano. Por outro lado poderia deixar o hóquei (a baliza) e com o tempo e com a ajuda de um medicamento isto podia ficar curado. É sempre chato ter de fazer uma decisão destas, mas como preciso de estar bem fisicamente para desafios futuros a nível profissional, é preferível deixar o hóquei e tentar recuperar sem recorrer à operação.
CA - Tencionas mais tarde, e depois de ter a tua estabilizada, voltar a tentar jogar hóquei, nem que seja só na brincadeira com um grupo de amigos?
NG - Seria sempre engraçado voltar a jogar hóquei, como se diz, nem que fosse para “matar o bichinho”. Quem sabe, um dia…
CA - Mudando de assunto, como foi a tua iniciação no hóquei, e porque a opção de guarda redes?NG - A introdução já explica mais ou menos como foi a minha iniciação no hóquei, mas é de referir que este não foi a minha primeira opção, como acontece com mais de metade dos jovens português. Ainda tentei dar uns pontapés na bola no CADE mas desde cedo percebi que não era no futebol que poderia vir a ser um jogador minimamente razoável. Depois como a minha avó mora perto do Pavilhão, e incentivado por um projecto escolar, comecei a dar as primeiras voltas de patins. E pela mão do Senhor João Maria aperfeiçoei a patinagem e fui integrado na equipa infantil (B) do União. Nessa altura lembro-me perfeitamente do Senhor João ter perguntado quem queria ser guarda-redes e eu levantei logo a mão. Acho que é algo que passa pelo sangue cá em casa, visto que o meu pai também foi guarda-redes, mas de futebol.
CA - Dos treinadores que tiveste, qual ou quais aqueles que te marcaram mais?
NG - Todos acabam por marcar, um porque nos ensinou a andar de patins, outro porque nos ensinou a defender melhor, outro porque se preocupou mais connosco, outro porque nos ensinou a estar no desporto e por aí fora…Mas se tivesse de escolher um, escolheria o Senhor João Maria, porque é de longe a pessoa que mais percebe de hóquei na região e afinal de contas foi um treinador que sempre acompanhou a minha “carreira” desportiva.
CA - De todos os títulos que conquistaste, qual o que te marcou mais, e porque razão?
NG - Sem dúvida o campeonato distrital de iniciados em 2004/2005. Nessa época ninguém acreditava em nós, todos pensavam que ia ser um mano a mano entre o Gualdim e o Santarém. Mas a nossa equipa cheia de jovens jogadores como o Eduardo e o Raposo demos bem conta do recado e apesar da derrota inicial na casa do Gualdim e a derrota pela margem mínima em Santarém, acabamos por ganhar. Aliás, penso que esta foi o meu melhor ano a nível desportivo, uma vez que foi nessa altura que fui um dos guarda-redes da selecção regional.
CA - Em 2005, estiveste presente no Inter-regiões em Oeiras, onde acabaram num honroso 5º lugar, e onde apenas foram derrotados por Lisboa e Porto. O que ficou dessa participação, e o que a mesma representou para ti?
NG - Em primeiro lugar ficam as amizades que se fizeram durante esse torneio e o convívio que conseguimos ter. Foi engraçado jogar na equipa de jogadores como o Vasco e o Ivo que sempre foram os meus principais adversários. Deu ainda para travar amizades com jogadores de outras selecções contra quem acabei por jogar no Nacional de Iniciados desse ano. A nível desportivo também foi uma prova bastante conseguida pela nossa selecção e se tivéssemos tido um bocadinho de sorte no jogo conta a AP Lisboa tínhamos conseguido um lugar ainda mais honroso.
CA - Sei que continuas a acompanhar o teu clube de sempre, o União, em particular os juniores e os seniores, como estás a ver o seu desempenho na presente época?
NG - Na minha opinião estão uns furos abaixo do que eu tinha previsto.A equipa de juniores teve alguns problemas e não conseguiram atingir o objectivo principal, que era vencer o Distrital. Acho que a derrota com o Almeirim em casa foi no mínimo desastrosa. Mas acredito que a equipa tem valor e vai mostrá-lo neste torneio de encerramento.Em relação à equipa de seniores, acho que já perderam pontos de forma infantil. Um bom exemplo foi o jogo em casa com o Vasco da Gama. Mas após ter visto a exibição deste fim-de-semana frente à Física, não tenho dúvidas que esta equipa tem um grande valor e se for bem gerida tem tudo para conseguir o seu objectivo.
CA - Nuno para terminar queres deixar alguma mensagem para os amantes da modalidade, para os adeptos do União e para os visitantes do Cartão Azul?
NG - Deixo antes uma mensagens para os amantes da modalidade..Continuem a viver e a apoiar o hóquei em patins, esta modalidade precisa da ajuda de todos para se manter viva.
OBRIGADO AO CARTÃO AZUL!
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